domingo, 23 de dezembro de 2012

VÉU NEGRO COM ESTRELAS Está de noite e ainda tens o teu véu de estrelas pendurado na janela. Ao frio, as lâminas balançam no casco dos teus sonhos de neve e as plumas são baionetas bolorentas do teu cachecol levado pelas aves que partiram para paragens quentes de estio É um dezembro frio e duro E as mantas de quadrados já não te aquecem A lã é velha Feita de novelos que se desteçem ao frio Das ondas de vento de uma Manhã que nunca amanhece. E ficas quieta A ver os dias passar E a endurecer o teu coração cravado De memórias do verão passado Não tiras o teu véu da janela Nunca foi tão cedo para amanhecer os dias E nunca foi tão tarde para quebramos a aurora Destes dias sem memória Que exagero! Dizes tu dentro de casa. Não vés que está frio e este teu véu já não me aquece!

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